quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

a carta de condução já está arrumada, agora o problema são os exames outra vez. Parece que quando nos livramos de um problema já há outro à espera. O que me custa nem é o estudo, o que custa é estudar e não obter resultados, pior que isso reprovar. Chega-se a um ponto onde já não há animo para estudar mais, em que nos sentimos um completo falhanço e nos perguntamos se não deveriamos simplesmente desistir. Mas até desistir é deficil, até para desistir é preciso ter coragem. É uma coisa demasiado definitiva.
No meio disto tudo ainda não sei como é que vou explicar aos meus pais que mais uma vez vou deixar cadeiras por fazer. Eles dao-me tudo o que preciso e não pedem nada em troca, apenas que seja responsavel e me aplique nos estudos e eu nem isso consigo fazer.

Até à pouco tempo eu tinha uma boa imagem de mim mesma enquanto estudante e sabia que de uma maneira ou de outra eu me safava, agora isso ja não é verdade de todo. Agora luto para me manter à surpeficie e tem sido uma luta inglória.

...

Tenho a sensaçao que alguma coisa está profundamente errada com a minha vida. Nao me lembro de ser feliz. Lembro me de ser menos infeliz, de haver alturas em que não tinha nenhum problema, mas a felicidade nao é a simples ausencia de infelicidade.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Invictus

"Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul."


-William Henley

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Raios parta a carta de condução!

Odeio conduzir! Não percebo porque raio nao temos mudanças automaticas e qual é a merda com contornar passeios? Nunca vi ninguém contornar um passeio, niguém faz isso!
Qualquer pessoa que nao se sinta muito a vontade a conduzir vos dira que a pior coisa é ter alguém que conduz bem ao lado a apontar os erros, isso é irritante! Pois bem, o que é que o instrutor faz a não ser exactamente isso? Reclama e reclama e chega a um ponto que a vontade é espetar o carro contra um poste só para ele se calar!
Depois para ajudar a esta novela vêm os pais reclamar também: e é porque nunca mais marcamos exame, e é porque deviamos ter tido mais aulas, mimimimimi. E depois vamos no carro com eles e temos sempre direito a uma aula teórica de condução -.-
Tudo isto era perfeitamente evitavel se vivesse numa cidade como Nova Iorque ou Amsterdão onde ninguém sabe conduzir nem nunca vai ter de aprender. Mas neste rico Portugal onde vivemos se não temos carro também não saimos de casa.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Aproxima-se o Natal. Aquela que durante tantos anos foi umas das melhores alturas do ano para mim tornou-se agora numa época temida. É a premonição dos exames. Quando penso em Natal nao penso nas compras que vou fazer, nem nos dias que vou passar com a familia, nem nas ferias que vou ter e tudo o que poderei fazer com esse tempo livre. Penso, isso sim, nas compras que gostaria de fazer e para as quais nao vou ter tempo, penso nos dias em que vou ficar enfiada no quarto e toda a familia reunida lá em baixo, nas ferias de que toda a gente pode desfrutar menos eu.
É nessas alturas que me convenço que qualquer trabalho das 9 as 5 seria melhor que estudar. É aí que me questiono para quê tanta ansiedade e preocupaçao? Não seria melhor uma vida simples e despreocupada, um emprego mediocre e nenhuma ambição frustada? Se isso me satisfazesse nada poderia ser melhor! O problema é querer mais, especialmente quando querer nao se equivale a poder. Eu bem que quero tirar boas notas, eu bem que gostava de passar a tudo, oh se quero! Mas querer nao basta, é preciso mais do que isso, é preciso capacidade de estudo, empenho, determinaçao, preserverança, aptidao natural e, claro está, um certa dose de sorte. Sim, porque sem sorte não vamos a lado nenhum nesta vida. É incrivelmente deprimente pensar assim, que nem tudo está nas nossas mãos, que há sempre uma parte que é deixada ao acaso, mas essa é uma verdade incontornável. E na vida de um estudante universitario, infelizmente, é uma verdade bem patente na altura de ver as notas na pauta. Não é sempre mas de certeza que todos nós já passamos a alguma coisa por mera sorte e também já reprovamos por mero azar. A vida tem uma faceta aliatória que só pode ser minimizada pelo nosso esforço mas nunca pode ser eliminada.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Mentiras

As mentiras deixam-nos sozinhos. Mentimos a A sobre o assunto X e mentimos a B sobre o assunto Y; e para C somos de uma maneira e para D já agimos de outra. E só a E é que contamos a coisa Z. Tudo isto para nos encaixarmos nas expectatativas de todos, para que ninguem nos possa apontar o dedo, para que todos gostem de nós. Mas no fundo estamos sozinhos e acaba por chegar o dia em que a nossa consciência nos apanha e nos sufoca. Não puder ser quem somos com as pessoas que nos rodeiam é a pior das solidões, sentirmo-nos presos dentro de máscaras que nós próprios criamos.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Estudar às escondidas

É incrivel como toda a gente gosta de dizer que não estuda, que é muito fixe, que sai todas as noites e apanha grandes bebedeiras, que só abre os livros dois dias antes dos exames e que é a excepção à regra neste curso de marrões. São todos muito inteligentes, depois é vê-los a passar com média de 13 e nós os reles dos marrões que a partir da latada nos agarramos aos livros, ou passamos a rasquinha ou então nem isso. Uns tão inteligentes e outros tão burrinhos, pobres de nós. Se fosse assim...
Mas a verdade vem sempre ao de cima e há sempre alguma dessas mentes superiores que se descai e lá admite que vai acompanhando o ritmo do professor, que afinal até comprou os livros logo na primeira semana, que passa os fins de semana com o nariz nos livros e aquelas bebedeiras todas foram afinal foram dois finos que lhes caíram mal.
Porquê que têm todos tanta vergonha de admitir que estudam? Eu admito, sou uma marrona de direito! Tenho em média umas 700 paginas por cadeira e sim, lei-as mais que uma vez, pelo menos o que interessa, que este pobre cérebro nao encaixa tudo à primeira. E daí? Quem me dera decorar tudo com uma simples leitura apressada, mas não, sou apenas uma pessoa normal que precisa de estudar para saber alguma coisa. Caramba!